sábado, 12 de novembro de 2016

Sonho x Realidade

Hoje tive um sonho. E hoje percebi que, quanto mais velho eu fico, menos sonhos tenho. Muitos estudiosos já tentaram explicar de onde vêm os sonhos, médicos, psicólogos, teóricos... Dizem que são desejos reprimidos, impulsos sexuais, vontades, coisas que vimos recentemente, pensamentos reminiscentes, reflexões, satisfação de desejos, planejamentos... De uma forma ou de outra, sonhos são uma forma incrível de se desdobrar da realidade, de criar um novo mundo, e foi isso que aconteceu comigo.
É inexplicável quando você entra num sonho e você percebe que tudo que está dentro dele é diferente de qualquer coisa que você já viveu. Seu cérebro cria pessoas que você nunca viu, situações que nunca aconteceram, lugares que você nunca visitou e até uma mitologia que você nunca ouviu falar. Símbolos, escritas, paixões, amizade, guerra, tudo isso em um único sonho. E o mais estranho de tudo é quando você acordar e quer relembrar de tudo o que aconteceu, como quando você termina de ver um filme e quer lembrar de cada detalhe incrível do mesmo, ou quando termina de ler um capítulo e fica matutando tudo na cabeça antes de dormir.
Talvez eu não tive um só sonho, talvez eu tive vários sonhos, talvez eu tive um sonho que se desdobrou em vários, não tenho certeza, pois não lembro, mas queria poder registrar este. Porém, não tenho certeza de nada, tudo que fica na minha cabeça são incertezas do que aconteceu e o "coração" fica acumulado de diversos sentimentos que acabei de sentir. Houve medo, amor, sentimento de perda, mortes... houve coragem, momentos em que persegui com garra aquilo que queria, dor, silêncio. Houve erros, mentiras, verdades dolorosas, vingança, calmaria, felicidade, paixão...
E o mais incrível é quando acordamos e estamos ainda com um pedaço deste sonho em nós mesmos, sentindo ainda um pouco do que estava sendo sentido naquele mundo. E quando passamos a mão no rosto e sentimos que o sonho quebrou a barreira da realidade. Sentimos lágrimas. Mas o que é um sonho? E o que é realidade?
Não tem nem como colocara esse sonho no papel. O sonho foi um conjunto de sentimentos. De coisas, de momentos. Não foi algo contínuo, uma linha do tempo, onde podemos escrever igual num livro. Ele apenas foi existindo e a explosão foi acontecendo. Num momento eu estava amando e no outro odiando e eu até sabia o motivo do ódio porque as lembranças eram "criadas" ao invés de passar "tempo" dentro do sonho para criar estas lembranças. Por isso é difícil lembrar ou tentar escrever esta realidade. Mas esta realidade é incrível.

domingo, 10 de abril de 2016

Novos Sapatos

Insistir naquilo que já não existe é como calçar um sapato que não te cabe mais. Machuca, causa bolhas, chega a carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço! Deixar livre o coração, enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente cresce, o número muda! Às vezes você tem que esquecer o que você QUER pra começar a entender o que você MERECE.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Paradigma da Mudança

O que é melhor, insistir na mesma ideia mesmo ela parecendo ser correta e talvez até absurda - talvez só para você; ou tentar aceitar uma ideia alheia, compactuar com a sua e arriscar algo diferente para quem sabe obter um resultado melhor?
Muitas pessoas, mesmo sabendo na teoria as consequências de um ato, não consegue deixar de lado sua "ideia" para por à frente outra, então, na prática, acaba insistindo no que considera "certo", até um dia perceber que estava errado (e muitas vezes esse dia demora). É neste momento que deveriam "aperfeiçoar" a forma de absorver novas opiniões para um bom amadurecimento. Bem, pelo menos é que temos na teoria. E na prática? Será que as pessoas se consideram melhores depois de descobrirem que estavam erradas? 
Pois deveriam. Uma pessoa que conhece seus defeitos sabe do que ela é capaz, seus olhos e ouvidos são mais críticos à realidade, ela deixa de ser ignorante em relação as opiniões, até mesmo sobre si e ela se torna mais madura. Temos que deixar de lado coisas que nos prendem e seguir em frente, com novas ideias, com novas pessoas, situações, etc.
E conhece-te a ti mesmo.
Quando conhecemos a nós mesmo, sabemos como modificar as relações para conosco, com os outros e com o mundo. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Viva la Vida

Atitudes que definem um comportamento. Comportamentos que definem um caráter. Cárater, com seus defeitos e qualidades, que definem um ser. E este ser, vive uma vida de infinitos caminhos, mas com uma só direção, guiado pelo conhecimento, sabedoria, inteligência, medo, segurança e/ou insegurança, e muitos outros pequenos detalhes que no final fazem toda a diferença. 
Não seja um mané pelo resto da sua vida. Fazer os outros rirem e não se preocupar com você mesmo não te fará crescer nem "subir" na vida. Do que adianta ser melhor que os outros se você não FAZ melhor que os outros? 
Viva por você, faça por você, seja você, não passe por cima de ninguém, e além de ser o melhor, AJA como o melhor, FAÇA como o melhor.
Suas atitudes, seu comportamento, seus defeitos e suas qualidades, o tornarão fortes, resistentes e farão da sua vida uma vida sem arrependimentos
E se houver momentos ruins, supere-os. Ter medo é bom, pois só assim sabemos qual o nível da nossa capacidade de suportar certas coisas, e sabemos o quanto ainda podemos melhorar.

Viva la vida. A felicidade não virá por e-mail, nem por mensagem do facebook, msn, nem nada disso.

"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente."

sábado, 2 de abril de 2011

Tempo e Lugar

Ao isolar-se em seu mundo, acreditando que tudo o que fez foi em vão, ele teve a sensação de regressar àqueles idos anos em que vivia isolado, oprimido pela sua insistência em defender estranhos valores que, para si, não tinham significado.
Fugindo, caminhou pelo ar frio e nebuloso em direção à escola em que estudou, aos lugares onde foi feliz, depois de sair da casa dos pais. Ao distanciar-se daquela casa problemática, sentiu vergonha da infância desvanecer-se no passado. Mas agora entrou em todas as inseguranças e medos que sentiu durante a escola e juventude, todo aquele pânico de andar nuam corda bamba social.
Ele só se sentiu aliviado depois de regressar ao presente. Então sentou-se em sua cadeira, na sua casa, e refletiu. Viu o quanto tinha melhorado desde então. E esta melhoria, de dia para dia, fazia com que estivesse cada vez mais perto de encontrar a princesa. Se ela existir - e ela tem que existir - vai transformá-lo, a ele e a todos.
Na sua busca, ele sentiu que todos os lugares trazem uma emoção e que todas as emoções evocam uma memória, um tempo e um local. Não poderia ele encontrar a princesa agora, nesta madrugada, vagueando apenas de lugar em lugar, de memória em memória e vendo como ele se sentia? Um rastro de sentimentos, de respeito e de inspiração deveriam conduzí-lo a esse castelo: no futuro, envolto nos braços dela, o amor dela enchendo-o de contentamento; e isso cria um momento tão forte que ele consegue se lembrar dele no passado.
Então, sem delongas, ele parte na manhã seguinte em direção ao que quer que o amanhã lhe aguardasse. Sentia uma espécie de otimismo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tempo e Decisão

Ela nunca compreendeu os impulsos que o guiavam, nunca sentiu a intensidade que, ao longo do tempo, esculpiu linhas no rosto dele, nunca esteve o suficientemente próxima dele. Mas ele tinha-a como se estivesse. Ele acreditava que ela o compreendia. Sussurava-lhe palavras ao ouvido que apenas uma alma gêmea deveria ouvir.
Com o tempo ele cansou-se de precisar sempre se expressar para ser entendido. Cansou-se de sempre necessitar expor como se sentia, com todas as palavras. E uma duvida surgiu. Por que ele conseguia entendê-la sem ela nada dizer e com ele, ela não poder fazer o mesmo? Duvida maldita.
Claro, tudo isso há muito tempo. Hoje estava ele com "ela". E ambos sabiam que tinha chegado o momento. Ele teria dito: "Tenho de ir procurar a minha princesa", mas não era preciso. Deu-lhe um último beijo, pôs a mochila ao ombro e partiu. Ao longo de todas as noites que se seguiram, "ela" continuava a amá-lo como se ele estivesse ficado, para a reconfortar e para a proteger.
E muitas vezes voltou sem respostas, cansado, sem encontrar a sua princesa. E "ela" cansou-se dele. Princesa maldita.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Tempo e Mistério

Ele queria partir. Então deixou a princesa. Beijou-a, agarrou a sua mochila e foi-se.
Mas ele lamenta tê-lo feito… até um certo ponto.
Iniciou uma busca. Uma busca por conhecimento. Sua aventura se prolongou e com ela obteve respostas.
E com essas respostas iniciou uma nova busca. Uma busca para reencontrar a princesa. Para mostrar que sabe o quão triste foi sua decisão mas também para lhe dizer quão bom. Pois durante muito tempo julgou que estavam cultivando a relação perfeita. Ele foi ferozmente protetor tentando por um fim a todos os erros possíveis antes que estes afetassem a princesa. Assim sendo, mantendo com rédea curta os seus próprios erros, ela sempre lhe agradou.
Mas estar à vontade com o conforto de alguém é uma forma de “existir” com graves consequências. Pois para poder te agradar totalmente ela tem de te compreender totalmente. E não podes por isso desafiar as suas próprias expectativas ou estar fora do seu alcance. O amor e a tolerância dela limitaram-no e os feitos da sua vida não saíam para além do mapa que ela esboçou.
Ele não podia mais ser manipulável. Ele precisava de uma esperança de transcedência. Precisava, por vezes, de ser imune ao toque da princesa.